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sábado, 19 de setembro de 2015

#007 | O Perfume, de Patrick Süskind

Autor: Patrick Süskind (Alemanha)
Título Original: Das Parfum. Die Geschichte eines Mörders (1985)
Editora: Editorial Presença
Edição: 1ª Edição, Maio 2006 (276 págs.)
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Li este livro pela primeira vez algures entre o final de 2006 / início de 2007 e lembro-me de, na altura, ter gostado bastante.

Tenho uma história curiosa com este livro… Como referi, li-o há alguns anos e jurava que me lembrava razoavelmente bem da história. Acontece que, depois desta releitura percebi que me recordava apenas do início e do final da trama, sendo que todo o desenrolar da história, os timings dos acontecimentos, bem como alguns momentos significativos do conteúdo, se tinham varrido completamente da minha memória.


Enredo

Este livro conta então a história de Jean-Baptiste Grenouille, um Parisiense nascido no século XVIII.
Desde o seu nascimento Jean-Baptiste evidencia duas características muito particulares: Se por um lado, não possui um aroma próprio – não cheira a nada – por outro lado, tem um olfacto extremamente aguçado, refinado e preciso.

Tudo isto, assume outro valor quando, como aconteceu ao protagonista, se nasce no meio de um mercado, numa quente tarde de Verão, por trás de uma banca de peixe.

A mãe de Jean-Baptiste não era propriamente uma pessoa afectuosa e maternal e, por essa razão, o protagonista acaba por ficar aos cuidados de uma ama, contratada pelo Padre do Convento.

Ao fim de 8 anos e sem explicação prévia, o Convento deixou de pagar à ama pelos seus serviços, pelo que esta resolve deixar de cuidar de Jean-Baptiste, entregando-o a Grimal, um curtidor que aceita contratar Jean-Baptiste para os trabalhos mais sujos e pesados, na esperança que este não sobrevivesse por muito tempo.

Contudo, o menino mostra-se extremamente resistente e trabalha afincadamente, sendo neste trabalho de curtidor que Jean-Baptiste começa a explorar – olfactivamente – a cidade de Paris.

Numa das suas noites de passeio, nas comemorações do dia 1 de Setembro, Jean-Baptiste depara-se com um aroma nunca antes cheirado: o de uma jovem virgem! Jean-Baptiste segue o aroma até encontrar a moça e, desesperado, procura a todo o custo possuir o seu cheiro.

É neste momento que o subtítulo do livro – História de um Assassino – começa a fazer sentido.

Ao aperceber-se da efemeridade deste aroma, Grenouille decide que precisa de aprender a conservar odores, tornando-se este num dos grandes objectivos da sua jornada. Desta forma, poderá imortalizar os aromas, criando o aroma perfeito – como um perfume supremo – com a essência do que há de mais belo.

É por essa razão que Grenouille se apresenta como aprendiz a Baldini, um velho perfumista falido de Paris, com o qual pretende aprender a arte de conservar odores.
Baldini contrata o rapaz – após uma demonstração sensacional dos seus talentos – e, em pouco tempo, graças ao apurado nariz de Jean-Baptiste, Baldini consegue reerguer-se economicamente.

Após dominar todas as artes que Baldini que poderia ensinar, e ainda sem conseguir conservar os aromas pretendidos, Jean-Baptiste parte para o sul de França – para Grasse – onde pretende estudar as três técnicas de extracção de aroma que lhe faltariam aprender.

Ao chegar a Grasse, Grenouille fareja os aromas da região, identificando fábricas de sabonetes, de pomadas, lojas de especiarias, destilarias… distinguindo, no meio de todos esses ‘cheiros’, o aroma de uma  belíssima jovem.


A minha opinião

A escrita de Patrick Süskind, é fenomenal!

Não fosse o título do livro ‘O Perfume’, o autor é exímio na descrição de aromas, conseguindo descrições bastante vividas que, por vezes, quase fizeram com que eu sentisse esses aromas.

Além disso, Süskind é brilhante na construção dos personagens.
Ele consegue fazer-nos sentir repulsa e, simultaneamente, como que compaixão pelo personagem principal – Jean-Baptiste Grenouille – uma vez que, não obstante todas as atrocidades por este cometidas, em nenhum momento Jean-Baptiste é premeditadamente mau. Ele apenas quer coleccionar aromas. Ou seja, apesar de sabermos que o protagonista é um assassino, não conseguimos deixar de ver nele uma certa inocência e, no fundo, torcer um bocadinho para que ele consiga o seu perfume!



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