Autor: J. K. Rowling (Inglaterra)
Título Original: The Casual Vacancy (Setembro 2012)
Editora: Editorial Presença
Edição: 1ª Edição, Novembro 2012 (494 págs.)
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Este é o primeiro livro da autora, depois do boom que foi Harry Potter, pelo que fiquei, como seria de esperar, bastante expectante com o mesmo.
Enredo
A história passa-se em Pagford, uma pequena cidade (fictícia) no sul de Inglaterra e começa quando Barry Fairbrother – membro da Assembleia Comunitária e um elemento importante no desenvolvimento cidade – morre subitamente, aos quarenta e poucos anos.
A história passa-se em Pagford, uma pequena cidade (fictícia) no sul de Inglaterra e começa quando Barry Fairbrother – membro da Assembleia Comunitária e um elemento importante no desenvolvimento cidade – morre subitamente, aos quarenta e poucos anos.
A
primeira parte do livro retrata o modo como se foi ‘espalhando a notícia’ da morte de Fairbrother e como os diversos
núcleos familiares da cidade foram reagindo à notícia.
Aqui
começamos a conhecer algumas das famílias envolvidas na história, e com as
quais Barry mantinha algum tipo de relação: Os restantes Fairbrother
(obviamente), os Wall, os Mollison, as Bawden, os Weedon, os Price e os
Jawanda.
Como em vários meios pequenos, todos se conhecem e todos estão, de alguma forma, relacionados.
Como em vários meios pequenos, todos se conhecem e todos estão, de alguma forma, relacionados.
O
início pode ser um pouco confuso (afinal, são muitas personagens) mas, ao longo
do enredo, vai se tornando muito fácil identificar cada um e perceber quem é
quem.
Então,
a morte de Barry Fairbrother deixa de vago um lugar na Assembleia Comunitária (Casual
Vacancy – Vaga Casual) e, o lugar vago, torna-se catalisador de uma disputa
complexa, onde os segredos dos diversos núcleos familiares vêm ao de cima.
Começamos aqui a compreender as relações entre as diferentes personagens, o
enredo intensifica-se e percebemos que a cidadezinha idílica não passa, afinal,
de aparência.
A minha opinião
Uma das coisas que me conquistou no livro foi o facto de os personagens estarem incrivelmente bem construídos e conseguirmos, ao longo da narrativa, identificar-nos com algumas das emoções sentidas pelos mesmos. Ninguém é 100% bom, nem ninguém é 100% mau, pelo que se tornam personagem complexos, bastante verossímeis.
Uma das coisas que me conquistou no livro foi o facto de os personagens estarem incrivelmente bem construídos e conseguirmos, ao longo da narrativa, identificar-nos com algumas das emoções sentidas pelos mesmos. Ninguém é 100% bom, nem ninguém é 100% mau, pelo que se tornam personagem complexos, bastante verossímeis.
Ao
longo do livro vão sendo abordados temas bem actuais como a corrupção, violência
doméstica, abuso de drogas e bullying. Percebemos então que o livro trata não só do lugar vazio deixado na assembleia, mas de vários vazios, com que estes personagens vão ter que lidar.
Isto afasta-nos de vez da ideia de que estamos ‘a ler uma história da autora de Harry Potter’. Aliás, única semelhança entre os livros é, apenas, a escrita da autora: fluída, com ritmo, e toques de humor negro. Ponto. De resto, não faz sentido querer comparar livros juvenis com um livro para adultos (e sim, porque a forma como estes temas são tratados, dirigem-se definitivamente a um público adulto).
Isto afasta-nos de vez da ideia de que estamos ‘a ler uma história da autora de Harry Potter’. Aliás, única semelhança entre os livros é, apenas, a escrita da autora: fluída, com ritmo, e toques de humor negro. Ponto. De resto, não faz sentido querer comparar livros juvenis com um livro para adultos (e sim, porque a forma como estes temas são tratados, dirigem-se definitivamente a um público adulto).
O
final desenrola-se rapidamente (o que não significa, de modo algum, que tenha
sido apressado ou forçado) fazendo-nos querer saber o que acontece e como se
resolvem os problemas de cada um. Só posso dizer que é um final tenso, e
surpreendente.
Um
dos aspectos que não apreciei muito neste livro está relacionado com a forma
como se retratou a linguagem quer dos adolescentes quer das personagens
residentes em Fields (a zona mais
pobre da cidade).
O
uso recorrente de calão e de contracções nas palavras acabou por me cansar um
pouco, talvez por parecer algo forçado e até exagerado.
(Falo-vos,
por exemplo, de escrever “Em qu’unidade é qe’ela ‘tá?” em vez de “Em que
unidade é que ela está?”)
Ler
diálogos inteiros, escritos neste formato, torna-se bastante cansativo (chato
até!) e penso não serem relevantes para dar a entender que as personagens usam
calão ou uma linguagem mais informal. Um ou outro ‘tá seriam, a meu ver, suficientes.
Como
não li a versão original, não sei se se trata de uma característica do próprio texto ou se está relacionado com a tradução.
De
forma geral gostei deste livro e, como J. K. Rowling
referiu, trata-se de ‘um grande romance sobre uma pequena comunidade’.
É um livro que vale a pena ser lido.
❤