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sábado, 29 de novembro de 2014

#002| O velho e o Mar, de Ernest Hemingway

Autor: Ernest Hemingway (Estados Unidos da América)
Título Original: The Old Man and the Sea (1952)
Editora: Editora Livros do Brasil
Edição: 1ª Edição, Dezembro 2006 (134 págs.)
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Hoje venho falar do livro O Velho e o Mar de Ernest Hemingway, que pedi emprestado á minha irmã.

O Velho e o Mar’ conta a história de Santiago, um pescador Cubano que, após um período de quase três meses sem pescar, tem a premonição de que a sua sorte vai mudar e resolve ir sozinho para o alto Mar.


Santiago sempre foi respeitado na sua vila e contava com a ajuda de Manolin, um jovem aprendiz a quem Santiago ensinou, desde muito cedo, a pescar.

No entanto, estar tanto tempo sem pescar começa a ser visto como um mau augúrio e os pais de Manolim proíbem-no de continuar com Santiago, forçando-o a procurar emprego noutro barco de pescas.

Então, na manhã do 85º dia sem pescar Santiago parte sozinho para o alto Mar, movido pela premonição de que a sua ‘maré de azar’ teria terminado e que iria pescar um grande peixe. Além disso, para forçar um pouco a sua mudança de sorte e mudar os seus velhos hábitos, ele decide ir para uma área em que os pescadores não estavam acostumados a pescar.

E não é que, para sua grande surpresa, Santiago pesca realmente um grandioso peixe?

Um espadarte gigantesco que, além da sua grandeza – em tamanho – assombra Santiago com a sua força e acaba por rebocar a canoa e o pescador!

Santiago percebe que não conseguirá puxar com facilidade o peixe e, por isso, terá que o cansar até que este venha à tona para, por fim, poder matá-lo e voltar para casa.

Nisto, o pescador passa vários dias e várias noites lutando contra o seu espadarte. Neste tempo, percebemos as dificuldades com que lida Santiago – a falta de comida, o Sol e o calor, as dores nas mãos e nas costas – e vamos percebendo as suas oscilações de pensamento na luta entre o homem e a natureza, a busca pela sobrevivência e uma constante prova de resistência entre corpo e mente.

No final de alguns dias, Santiago consegue finalmente matar o peixe! No entanto, como se trata de um animal muitíssimo grande, que não cabe na sua canoa, o pescador tem que amarrá-lo junto à canoa, do lado de fora.

Deste modo, o espadarte fica todo o caminho de volta (que é distante) à mercê das criaturas do mar.
Depois de morto, o peixe deixou um rastro de sangue que serviu de atrativo aos tubarões que, ao longo de todo o caminho foram atacando e destruindo o peixe, fazendo com que Santiago regresse à sua aldeia apenas com a carcaça do mesmo.

Esta é, no fundo, uma história sobre perseverança e sobre a capacidade do homem para fazer face aos dramas e ás dificuldades da vida real.

E no fim, fica assim suspenso a ideia: Será que estamos preparados para reconhecer e receber o que de bom surge na nossa vida? E será que estamos preparados para agarrar as oportunidades quando elas surgem?


Gostaria de referir que esta obra é narrada em terceira pessoa e não tem separação de capítulos, o que faz do livro um texto único que segue até o final da narrativa. Confesso que este modelo atrapalhou um pouco a minha leitura, essencialmente por não facilitar a realização de pausas.

De forma geral Santiago é uma personagem bem construída, sobretudo psicologicamente e, apesar do livro ser curto, o propósito do mesmo flui e surge naturalmente.